A globalização, a diluição das fronteiras comerciais, a velocidade da informação e a tecnologia fizeram do mundo corporativo um ambiente extremamente instável. O excesso de informações circulando em tempo real por todos os pontos do globo modificam com mais celeridade o comportamento humano, gerando uma sucessão de tendências que precisam ser acompanhadas pelo mercado.
No mundo de hoje, portanto, as empresas que desejam ter vida longa em seu setor devem ser suficientemente flexíveis, prontas para mudar toda sua dinâmica (e, às vezes, até seus objetivos) em tempo recorde, algo que passa, necessariamente, por transformações na infraestrutura de TI da organização.
Mas como um CIO deve implementá-las sem causar grandes traumas na companhia?
“Não é o mais forte que sobrevive, nem o mais inteligente, mas o que melhor se adapta às mudanças.”
A frase é do professor e pesquisador norte-americano Leon Megginson, mas cabe perfeitamente no tema que estamos tratando. Isso porque o grande problema da espiral de adaptação corporativa é que o ser humano costuma ser resistente à mudança. No ambiente de trabalho, qualquer alteração de rotina gera insegurança e sensação de ameaça aos profissionais. Desconforto com a possibilidade de perder status, perder salário, ser demitido, ter de aprender novas tarefas, tudo emerge dos corações inseguros diante de um cenário desconhecido.
Às vezes, até o próprio CEO hesita em permitir mudanças significativas vindas do setor de TI. A questão central é que a concorrência está também em um processo de constante transformação e se sua empresa não buscar auxílio de novos recursos de TI, certamente será engolida pela dinâmica do mercado. Diante disso, vale a pena prestar atenção em alguns detalhes:
1 Comunique à empresa o porquê das inovações em TI
Gastar rios de dinheiro com infraestrutura já não faz mais sentido, à medida que seus rivais obtêm acesso a recursos mais modernos pagando por serviço (SaaS, IaaS, PaaS, etc.). Mas não adianta só o CIO compreender essa necessidade. É preciso comunicála a todo seu staff, bem como a outros setores da empresa, que serão afetados pelas inovações em TI.
2 Permita que os colaboradores da empresa (de diversos departamentos) participem do processo de construção da mudança
Serão adotados em sua empresa os serviços de nuvem híbrida, privada ou pública? Qual o nível de virtualização que deverá ser implementado? Em caso de implantação do BYOD (Bring Your Own Device), como conciliar segurança no tráfego de dados e privacidade? Todas essas questões não podem ser empurradas “garganta abaixo” dos funcionários, sob pena de gerar uma verdadeira rebelião na empresa. Lembrese de que as pessoas tendem a ser mais colaborativas quando se sentem “parte do projeto”. Muito mais do que quando são forçadas a adotar determinada postura. Não implemente nenhuma mudança radical sem dar voz aos seus stakeholders.
3 Desenvolva indicadores que comprovem as diferenças entre o “antes” e o “depois”
Para ter certeza de que o doente não está mais febril, precisamos de um termômetro, certo? Da mesma forma, para ter certeza de que as inovações de TI realmente agregaram valor à organização (e são responsáveis, de forma indireta, por melhora nos resultados financeiros da empresa), é preciso ter indicadores sólidos. Percentual de redução de custos com TI, comparações de KPI, nível de serviço, percentual de serviços críticos com SLA, índice de disponibilidade de sistemas, etc.: estes são apenas alguns exemplos de indicadores que devem ser usados como referencial.
4 Ofereça treinamento adequado antes de lançar sua equipe aos leões
A penúltima, mas não menos importante recomendação, é treinar toda a empresa antes de lançála para realizar suas tarefas em novos ambientes ou sistemas. Ter as mesmas metas, a mesma pressão, mas tendo ao seu lado ferramentas que se desconhece, só vai contribuir para estressar os colaboradores e criar um sentimento de rejeição em relação às inovações de TI. Primeiro as simulações, depois o uso prático.
5 Faça parcerias com experts em projetos ágeis
Traga novos recursos, novos paradigmas computacionais e referências de governança de TI em sua empresa: mas faça com sensatez e, de preferência, com o auxílio de empresas que trabalhem com a metodologia ágil de projetos (que pode, portanto, ser implementada antes de sua conclusão integral, evitando prejuízos às operações da empresa).
Parafraseando John Kennedy: “a mudança é a lei da vida. E aqueles que apenas olham para o passado ou para o presente irão com certeza perder o futuro”. Você está preparando para encaminhar sua empresa ao futuro? Caso tenha alguma dúvida sobre como levar as inovações em TI à sua organização, não deixe de nos escrever!